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¡Felices cumpleaños!

O texto abaixo foi escrito no dia 19 de Novembro de 2010:

Desde que saí de Logroño venho imaginando o que vou escrever no blog sobre o meu aniversário.
Esse lap top que me emprestaram não é lá uma Brastemp, toda hora se apaga e fica osso de começar a escrever e parar. É chato interromper meu limbo artístico! Rs.
Para início de post, quero dizer que meu cumpleaños foi muito bom. 
Infinitas vezes melhor do que a coisa mais básica que eu tenha imaginado para o meu aniversario deste ano. Pensando bem, no aniversario deste ano, eu nao havia imaginado nada, só quería ir para Logroño (porque gosto mais de lá do que de aqui!) e pronto.
Passei com meus novos amigos (leia-se menos de um ano que me conhecem e vice-versa), uns já conheço desde a outra viagem e outros que conheci há um pouco mais de um mês.
O que importou foi que todo mundo que esteve comigo de Sexta-feira à Terça-feira de manhã (quando cheguei em Barcelona) me fez sentir muito bem. 
Atenção, carinho, alegría, mimos.
Noooossa, isso soou mega importante para quem não mora no seu país, não tem amigos na nova cidade que mora e já aceitou que seu aniversario ia ser um fiasco né? Porque, supomos que quem vai fazer a diferença no seu dia vai ser quem já está na sua vida há mais tempo. Ledo engano, teve gente que nem SCRAP no Orkut mandou.
Enfim… isso não vem ao caso. Não vem mesmo, nem me importo mais, não sofro mais por isso e nem fico na paranóia. 




A outra parte legal do meu aniversário foi a tal “cata de aceite” que inventei de fazer na Rioja Baja.
A cata de aceite ou degustação de azeite deve estar soando muito estranho para você que está lendo isso. Para mim também soou quando comprei o bilhete, paguei 18 euros e não fazia idéia de onde tava me metendo, mas estava decidida que no meu 23º eu ia fazer algo além de acordar alcoolizada no dia seguinte.
Já expliquei aqui em algum post que La Rioja é “terra com nome de vinho”. A provincia é conhecida por isso. Chegue em uma boa loja de vinos e peça um “Rioja”, eles vão saber do que você está falando.
Enfim, eu sigo a “Oficina de Turismo de La Rioja” no Twitter ( @lariojaturismo) e desde a minha outra viagem estaba ansiosa para ter uma oportunidade de realizar as atividades que eles proporcionam e muitas delas relacionadas com o vinho, que digamos, é o carro-chefe da provincia.
Existe uma rota que se chama os 5 sentidos de La Rioja, para o azeite criaram a “El 6º sentido de La Rioja”.

Eu, como pessoa que trabalha na área do turismo, o que me interessa mais são destinos alternativos, rotas exclusivas e turismo sustentável (e acho que é por isso que não me apaixonei por Barcelona ainda) e decidi que meu aniversario seria a hora. 
Afinal de contas, além de ser meu aniversario, eu andava muito estressada aquí e precisava de algo para oxigenar meu cerebro e minha criatividade.
Antes de optar por essa rota esquisita (ha-ha-ha) eu tentei ainda pegar um tal de VINOBUS onde você também paga e sai degustando vinos bodegas a fora, mas não tinha mais vaga.
Beleza, comprei o tal bilhete para a tal rota. E o legal, que eu vim descobrir, que não acontece por exemplo todo Domingo, essa programaçao é variável. A oficina de turismo elabora um calendário com um tanto de rota diferente. (A próxima que quero fazer é caçar e coletar trufas!).
Volto a repetir, eu nao fazia idéia do que me aguardava na tal degustação de azeite, mas pensei que pelo menos ia rolar um pãozinho durante o passeio.


Domingo, 7 de Novembro, acordei na maior dispô, 9 da manhã, nublado, eu já estava de festa em Logroño desde Sexta-feira, pouco descanso, mas tava igual criança em dia de sol para ir no clube: EXPLODINDO CURIOSIDADE E ANIMADA.
Fomos (eu e um monte de gente que eu não conhecia! Ha-ha-ha) num microonibus, um guía e mais dois caras filmando, tirando fotos. Como eu disse, os passeios não são regulares, creio eu que para manter a exclusividade do passeio e para divulgar, eles sempre gravam (ao final de este post vou anexar o vídeo que fizeram!).
Nosso primeiro destino foi ir para Cervera, até lá, 1 h na estrada. Eu comecei a ouvir a explicação, ver as lindas cores do outono pela estrada e…dormi. Uma hora o corpo pede, né?
Cheguei a escutar, ao pasarnos por Grávalos que lá se produz “cava riojana”, cava é o nome dado ao espumante espanhol, ao “champanhe espanhol” erróneamente falando.
A primeira parada foi em uma de cooperativa de azeite. Coisa artesanal mesmo: conheci uma espécie de moenda da oliva que usavam até pouco tempo e decidiram modernizar um pouco. Um pouco mesmo porque foi possível observar durante a explicação que aquilo era algo tradicional e não queriam perder isso. Um velhinho nos acompanhava. 
Contaram sobre a história de que não sei em qual século mandaram cortar todas as oliveiras e plantar amendoeiras porque era mais rentável. Aí os azeites sao feitos de oliveiras centenárias que sobeviveram a essa época.
É importante observar como tem um ar de história na parada. Sempre!
Além de querer conservar o aspecto mais tradicional da produçao de azeite, eles também tinham preocupaçao ecológica que não me lembro agora qual era justamente porque ainda estava meio sonolenta e fazer visita técnica, em español, Domingo, no frio, meio de ressaca, tava me cheirando um programasso… de índio! Até esse momento.
De qualquer forma, eu tava tentando prestar o máximo de atenção para compensar o que tinha pagado e aprender algo interesante, eles são tão assim, tão só daqui, que vão começar exportação pro México agora. Isso à pedido.
Esse lugar se chama em español “almazara” que é moinho e depósito de azeite.
Na tal “almazara” o explicador dono-sócio-chefe do lugar me usou de cobaia e tirou direto do tanque de uns 50000 L, um copinho para Renata Eloá degustar azeite.

Peraí meu chapa, cadê o pão? Lógico que eu não perguntei isso, não ia fazer essa gafe e pela primeira vez na minha vida…tomei azeite! Assim, só azeite virado na boca.

De Cervera, fomos para um trujal em Arnedo. 
 
No camino, eu vi meu primeiro pé de maçã. Ai gente, eu fiquei emocionada uai! Tanto quanto vi caju por todas ruas de Oriximiná (Pará), assim podendo comer quem quisesse.
Trujal é também um moinho de azeite ou de uvas, é algo beeeeeeeeeeeeeem mais moderno, cheio das tecnologías.
Arnedo é o nome de um tipo de rocha da região e a cidade é conhecida pela sua produção de calçado. Na cidade, ainda é comum ver casas que tem seus próprias amendoeiras e oliveiras. Magina? Ter um pé de amendoa e oliveira no quintal de casa? Ai gente, desculpa, mas eu acho isso tão out minha realidade tropical e nada agrícola.
Ao chegar no trujal, fomos recebidas pelo “alcade” de Arnedo (alcade é prefeito!) e umas assessoras que não lembro agora como chama o posto delas. Conhecemos as instalaçoes, desta vez, eu gostei mais desta explicaçao, justamente porque me pareceu mais profissional, mais capitalista. Rs.
E fiquei feliz de ter reconhecido um “decanter”, há muito tempo nao o via desde minhas aulas do curso de Química no CEFET.
Vocês sabiam como eles tiram o ossinho da azeitona? Por decantação!
E é proibido pegar azeitona do chão porque já pressupoe que ela nao tá boa.
Nao sei se é só eu que acho antropológicamente interesante sair conhecendo coisas que não possuem muita ligaçao com o seu cotidiano, mas … se não, pare por aquí, por vai começar a ficar “chato”!

Depois destas visitas técnicas, fomos a um lugar para ter uma mini-palestra e fazer a degustação formal de azeite. Experimentei uns 5 a 6 azeites.

Assim como o vinho que possue diversas uvas (Merlot, Cabernet Sauvignon, Syrah, Carmenere...) a azeitona também têm variedades para produzir azeites distintos.


Além da pura degustação, provei receitas "exquisitas" feitas com azeitonas e azeite. A mais interessante foram bombons feitos de azeite! Tipo, o recheio era azeite! Bem, gostoso, mas nada que eu vá deitar no sofá e comer vendo Sessão da Tarde. Ah! Provei um quitute da região que se chama de "fardelejos".

Depois desse longo dia promovendo o turismo cultural-gastronômico, já se pode imaginar o reflexo de tanto azeite no meu estômago... "

Segue abaixo o vídeo:



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