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Barcelona, aquí estoy yo!

Ao chegar em Barcelona, na tarde de Terça-feira, 24 de Agosto, por mais que eu tivesse me precavido, me planejado, me orientado... eu não saí 100% ilesa de ser aproveitada por alguém que sabe que eu sou "turista", que sabe que eu não falo bem a língua, enfim...

TAP

Minhas malas, chegaram todas... inclusive sem cadeado.
Arrumei um barraco na porta da TAP meio em inglês, meio em espanhol.
Eles me deram um correio eletrônico da empresa para onde eu deveria encaminhar minha reclamação.

Você recebeu alguma resposta da TAP até hoje? Algum pedido de desculpas ou explicação da companhia?
Eu também não. Não me tiraram nada da mala, mas...alguém me explica porque elas estavam sem os devidos cadeados que coloquei?

Aaaaaaaah! O grande mistério das malas sem cadeado só foi solucionado pelo meu professor de Transporte de pasajeros e também consultor da Iberia, Carlos García (e também argentino, que fala português e acha o máximo comentar do Brasil na sala de aula).
O lance das malas, segundo o meu professor, é o seguinte: É um procedimento normal abrir malas provenientes de países tropicais por causa de comida e outras coisas. E é também obrigação da companhia colocar um papel dentro dizendo que a mala foi aberta.

(Não encontrei nenhum papel informando da indelicadeza de abrir as minhas bagagens!)

Na mesma aula, ele solucionou outros mistérios dentro do transporte aéreo que outra hora comentarei.

TAXISTA

Se tem um serviço que me deixa louca de raiva na Espanha desde a outra vez, é o serviço de táxi.

Ó, me desculpa, eu sou mulher, a minha estrutura óssea não permite que eu carregue muito peso, mas mesmo assim, eu quis sair do Brasil com 70 kg de bagagens e como uma mulher normal - desde que me entendo por gente - esperaria no aeroporto alguém que me ajudasse com elas.

Ainda na tentativa de não ser enganada por profissionais espertos...
(Pausa.
Falo isso porque eu trabalho na área de Turismo há humilde 2 anos e sei o que profissionais do ramo fazem com turistas/estrangeiros/visitantes desinformados. Aliás, essas pessoas não deviam nem ser chamadas de "profissionais" porque isso não é atitude profissional.
Quem paga - literalmente - pela falta de informação, é o próprio visitante.
Portanto, fica a dica, vai viajar, se informe sobre o seu destino!
Como trabalho na aérea, fica visível a minha bitolação por me planejar melhor e não passar por essas armadilhas.)

Continuando...
Ainda na tentativa de não ser enganada por "profissionais" espertos, fui até o balcão de informações, peguei todos os mapas de todos os tipos para me localizar dentro de Barcelona.
O hotel , que fiz a reserva para ficar até encontrar um lugar para morar, era 5 minutos de carro do aeroporto segundo o Google.
A reserva naquele hotel, Etap (da rede Accor, aliás, eu só conhecia o Formule 1 como categoria mais econômica da rede, mas aqui na Espanha e creio que em demais países da Europa, a rede oferece também o ETAP, que pra mim dá igual ao objetivo do Formule 1) teve exatamente esse propósito: ser perto do aeroporto, pagar menos de táxi e depois eu me viraria para levar minhas malas de uma maneira mais barata assim que tivesse tempo para pensar melhor.

Feliz com as minhas super idéias e com o meu super planejamento, fui pegar um táxi dentro do aeroporto e o senhor do táxi NEM SE MOVEU PARA ME AJUDAR. E ainda fez cara feia!
Aaaaaah mas eu não me lembrava deste detalhe!

OK.
Vou abrir uma lacuna aqui para discutirmos sobre táxi:

- Na Novo Rio, rodoviária do Rio de Janeiro, o taxista muitas vezes não carrega sua mala, MAS ALI TEM UMA PESSOA DESTINADA A ISSO, UM CARREGADOR!

- No aeroporto de Congonhas, em São Paulo, eu nunca fui tão bem atendida pelos profissionais do táxi: sorrisos, simpatia, quando eu vi minha mala já estava dentro do bagageiro, me abriram a porta e o motorista já estava ciente do meu destino.
Nesses dois destinos, é possível calcular o valor da corrida antecipado (Por exemplo: São Cristóvão para Botafogo, no Rio de Janeiro saí uns 18 reais!) e o passageiro ainda tem a opção de pagar no cartão de crédito.
Não é de hoje que se ouve histórias de taxistas aproveitadores, principalmente nos maiores destinos turísticos.

-Na rodoviária de Belo Horizonte, minha cidade, não tenho nada pra comentar de "super tecnológico", foi onde me "mal acostumei" a ser bem atendida: o taxista carrega sua mala, conversa com você e ainda te dá informações do tempo, do trânsito, jogo do Galo x Cruzeiro, etc.

-Não poderia deixar de comentar dos táxis de Búzios, onde morei por 2 anos e meio, um absurdo de caro, não tem taxímetro e não há previsão de colocá-lo. Búzios é o tipo de cidade que pra você pagar o táxi um pouco mais barato, você tem que ser "chegado", conhecido ou trabalhar em parceria (por exemplo, se você trabalha em um hotel, chamá-lo sempre para seus hóspedes).

Não sei se repararam, mas esse "negócio de trabalhar com Turismo" a gente fica chato mesmo.
Reparamos nos serviços, criamos a todo tempo maneiras de aprimorá-lo e somos campeões em fazer reclamação nos balcões. Até porque, quem reclama na maioria das vezes, é porque conhece seus direitos.

Continuando...
Quem me ajudou a colocar minhas malas, foi uma mulher que trabalha sinalizando para os táxis.
Enquanto isso, eu perguntei pro senhor quanto era o táxi, ele me disse que era no taxímetro, perguntei se pagaria por bagagem, ele também afirmou que não. SÓ O TAXÍMETRO.

Entrei feliz no táxi.
Quando eu sentei o meu rabo na PORRA do táxi - desculpem-me os termos - o senhor disse:
- É no mínimo 20 euros para sair do aeroporto. Se der menos de 20 euros, você paga 20 euros, se der mais, você paga mais.

Aquilo me subiu uma raiva descomunal. Eu, indefesa numa cidade que não conheço, 70 kg de bagagem, não ia sair fácil daquele veículo.
Antes que minha ira tomasse conta de mim, eu tentei conversar com o hijo de puta madre para saber como funcionava os táxis em Barcelona, porque a partir de agora viveria aqui e que no meu país era de um jeito...
-No vivo en América, vivo en España!

Beleza. Me calei e fui só observando, de vez em quando apurrinhando ele porque de acordo com meu mapa, deveria ser só 5 minutos de carro do aeroporto e se ele estivesse tentando dar voltas comigo pra dar mais que 20 euros, ele ia ver que eu não saí do Rio de Janeiro pra ser ASSALTADA por TAXISTA na Espanha.

E, PQP, seu GPS tá aí, porque que você não está usando até agora, já que eu já te dei o endereço? ? ?
Sinceramente, se eu decidisse comprar briga com esses taxistas da Espanha, acho melhor comprar um spray de pimenta, me inscrever nas aulas de artes marciais, ou sei lá mais o que...
Mais pra frente, vou explicar porque isso não vai ser mais necessário (rs.)

OK. Cheguei no Etap. Paguei 20 euros e ele só tirou as malas do carro e nada mais.
Ainda me disse um abusado:
-Adios guapa!
A porta do hotel ficava mais uns 20 metros à frente.
Ninguém na recepção do hotel - A D O R O essa parte também - e nenhum esboço de gentileza ou compaixão pela minha pessoa ou pelos meus 70 kg de bagagem.

Gritei um HOLAAAAAAAAAAAAAA!
Apareceu a recepcionista e não havia ninguém para me ajudar com as bagagens, nem ela.
HA - HA - HA - HA.

Enfim... depois deste stress todo (viagem longa, 'bagagem descadeada' e um pouco de frustração do meu plano não ter saído 100% certo, rs.) recebi uma ótima habitação, com ar condicionado bombante e sem internet. Rá.

Próximo desafio: Encontrar um lugar para morar em Barcelona.

Comentários

  1. Adoro historias de sobrevivencia na selva de aventuras em países desconhecidos, que no nosso caso nem é tão desconhecido assim, porem, uma coisa eu aprendi: os espanhois acham que as mulheres são fortes e que podem se viram sozinhas ou no mínimo que nós temos que nos virar... eita educação.

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